sábado, 6 de novembro de 2010

Inversão de gabarito pode prejudicar Enem 2010

A folha de respostas entregue aos candidatos que realizaram a primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não possuía a mesma ordem numérica da prova aplicada na tarde de ontem.



Enquanto no caderno de questões os primeiros itens eram de ciências humanas, no gabarito a primeiras opões a serem marcadas correspondiam a ciências da natureza.

A inversão causou confusões durante toda a realização do Enem, que teve cerca de 3,5 milhões presentes nos locais de prova em todo o País. No Ceará foram 207.465 inscritos. Em Fortaleza, logo após o término do exame, alguns estudantes reuniram-se em um cursinho pré-vestibular para relatar os erros e orientações distintas dadas em seus locais de prova.

Estudantes deverão acessar o site do Enem para requerer correção da prova de forma distinta próxima semana
Em algumas salas a instrução dada pelos fiscais era de que ignorassem a ordem numérica e seguissem a ordem proposta do gabarito. Já em outras salas, os conselhos eram de que os alunos deviam fazer como entendessem. Deste modo, a marcação dos gabarito seguiu de forma diferente para cada candidato, em consequência de um possível erro de impressão. "Isso é motivo suficiente para que muitos estejam, desde já, sentindo-se prejudicados", disse a estudante Nathalya Tavares, que respondeu ao gabarito sem seguir a numeração de pergunta e respostas. Ela preferiu marcar a 46ª questão da prova, na 1ª questão do gabarito e seguir a ordem decrescente, ao invés de seguir no gabarito a mesma ordem numérica apresentada na prova.

Em entrevista coletiva dada ontem à noite e transmita pelo Jornal Nacional, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Joaquim Soares Neto, afirmou que o problema ocorrido foi o de impressão, que todos os fiscais foram orientados. Ele informou que os estudantes que tenham sido prejudicados deverão acessar o site do Exame Nacional do Ensino Médio (www.enem.inep.gov.br) - para fazer o requerimento, em um espaço que será disponibilizado na próxima semana.

Além do problema dos gabaritos, em Fortaleza, foram observados vários outros erros durante a realização das provas. Quem recebeu a prova amarela percebeu que havia repetição de questões. Os itens 25º e 61º apareceram por mais de uma vez no mesmo caderno de questões. A proibição do uso de relógio, celulares, lápis e borrachas também foi motivo de confusão. Em uma sala do campus Itapery da Universidade Estadual do Ceará (Uece), candidatos entraram usando aparelhos celulares, que chagaram a tocar durante a realização da prova, mas ninguém foi excluído do certame. No mesmo local, candidatos deixaram a sala com o caderno de questões antes da quatro horas de realização do exame, relataram estudantes.

O diretor de um dos cursinhos pré-vestibulares entende que mesmo que haja a possibilidade de emitir reclamação pela Internet, o resultado causará enormes transtornos porque, após correção das provas, é possível que candidatos se beneficiem do erro de impressão.

Motivo de anulação

Na opinião do procurador geral da República, Oscar Costa Filho, somente o fato dos comando das questões estarem trocados já induz o aluno ao erro, "e esse motivo já é suficiente para que se anule a prova". Segundo o procurador, o que ocorreu ontem, nas provas do Enem, é caracterizado como um erro de direito, e por esse motivo basta a apresentação do documento para comprová-lo, ou seja, a prova de comando errado.

"Quando o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Joaquim José Soares Neto, afirma que houve orientação para que os estudantes seguissem rigorosamente a numeração das provas, ele tenta a mascarar o erro de direito, como se fosse um erro de fato. Porém é claro que a instituição foi quem errou, justamente ao dar o comando errado na hora de determinar o preenchimento do gabarito", explicou.

Com relação a solução apresentada por Soares Neto de abrir um espaço, no site, a partir da semana que vem, para que os alunos que se sentirem prejudicados possam abrir um requerimento, o procurador disse que "essa atitude confere ao aluno o poder de arbitrar a sua nota. E para ser um processo justo é necessário a anulação".

JANAYDE GONÇALVES E THAYS LAVOR
REPÓRTERES

Enquete
Confusão

"Eu segui a ordem numérica que estava na prova ignorei se era prova de ciências da natureza ou humanas".

Cícero Naidel,
17 anos
Estudante

"A fiscal disse para decidirmos. Inverti a ordem para corresponder a pergunta com a resposta."

Nathalya Tavares
17 anos
Estudante

"Não sei se fiz certo ou errado ao preencher o gabarito, mas além desse, teve erro na minha prova, questões repetidas."

Rafael Lopes
25 anos
Estudante

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